domingo, 28 de agosto de 2011

Pequena Abelha

Pense num livro que traz como sinopse o seguinte texto:

Não queremos lhe contar o que acontece neste livro.
É realmente uma história especial, e não
queremos estragá-la.
Ainda assim, você precisa saber algo para se interessar, por isso vamos dizer o apenas o seguinte:

“Essa é a história de duas mulheres cujas vidas se chocam num dia fatídico. Então, uma delas precisa tomar uma decisão terrível, daquelas que, esperamos, você nunca tenha de enfrentar. Dois anos mais tarde, elas se reencontram.
E tudo começa…

Depois de ler esse livro, você vai querer comentá-lo com seus amigos. Quando o fizer, por favor, não lhes diga o que acontece. O encanto está sobretudo na maneira como essa narrativa se desenrola.”

Ficou curioso(a)? Com vontade de pegar o livro e descobrir qual é o mistério e a magia dessa história. O que acontece na vida dessas duas mulheres, Sarah e a Pequena Abelha, que é tão especial e que faz com que a vida delas mude drasticamente?

Eu fiquei! E fui desvendar o segredo dessa trama.

Recomendo a todos que leiam o livro. Não esperem que eu conte a história. Vou ser fiel ao pedido de Chris Cleave, autor dessa "obra de arte: pertubadora, excitante e muito comovente", segundo a crítica do The Independent.

Só posso dizer que “Pequena Abelha” não é nem de longe um conto de fadas, muito menos aqueles romances com o homem ideal. Mas é sim um livro que mexe com suas emoções, e te obriga a repensar sobre decisões que você já fez. O livro é escrito com doçura e sensibilidade, o texto nos envolve e desperta a uma reflexão.

Mais detalhes sobre essa história...
Vou deixar que o próprio Chris Cleave fale para vocês:



 
A narrativa de Cleave surpreende e cativa o leitor. Cada parágrafo do livro  reporta-se a narrativa sob o ponto de vista de duas mulheres. Uma é Sarah, inglesa e editora de uma revista feminina, outra é Pequena Abelha, nigeriana. É possível reconhecer Abelhinha e Sarah em seus relatos.

"Um dos personagens mais vívidos, memoráveis e provocativos
da nova ficção contemporânea... Cleave imprime um belo
ritmo à história, dosando-a com inteligência, compaixão e,
mesmo nos momentos mais sombrios,
um fulgurante raio de esperança."
                                                              (The Boston Globe)

 
O texto não segue uma  linearidade temporal, somos lançados do presente ao passado e de volta ao presente constantemente.  E, ao contrário da maioria de outras obras, não precisamos chegar até o final da história para saber qual foi o acontecimento fatídico que transformou a vida dessas duas mulheres.

O final de Pequena Abelha é incrível, bonito, inesperado e emocionante. Chris narra com muita realidade e mostra o quão difícil pode ser a vida dos outros quando estamos reclamando da nossa e também nos ensina de forma diferente, que o amor, amizade, confiança e esperança devem estar sempre presentes dentro de nós.


                                                      Chris Cleave, autor de "Pequena Abelha"

 
Chris Cleave nasceu em 1973, em Londres. Estudou psicologia em Oxford e é colunista do jornal The Guardian. Pequena Abelha, seu segundo livro, publicado em 20 países, será adaptado para o cinema, estrelado e produzido por Nicole Kidman. Foi finalista do Prêmio Costa de 2008 como Melhor Obra de Ficção e indicado para o Prêmio Commonwealth Writers’ como Melhor Livro de 2009.

 
"Isso é uma coisa interessante sobre esse mundo, Sarah.
Ninguém gosta dos outros, mas todos gostam do U2".
                                                          (Pequena Abelha)



terça-feira, 16 de agosto de 2011

Elvis Presley, a Lenda, o Mito... o Rei do Rock


Elvis Presley, Concerto na Flórida, 1972


"Quando era garoto, me imaginava na pele dos heróis das minhas histórias em quadrinhos e dos filmes a que assistia. Cresci agarrado a este sonho, e ele acabou por se realizar. É tudo que um homem pode desejar.”
                                              Elvis Presley (Elvis On Tour, 1972)

Hoje, completa 34 anos que o Rei do Rock faleceu. Elvis Presley foi uma celebridade viva, deixou um legado de fãs e muita saudade. Calcula-se que nos últimos 50 anos, mais de 1 bilhão de seus discos tenham sido vendidos no mundo todo.




Para quem é fã incontestável de Elvis Presley, e para quem tem curiosidades em conhecer um pouco sobre a vida de um dos maiores ícones da cultura popular do século XX, a dica é o livro: Elvis Presley e a Revolução do Rock, de Sebastian Danchin, Editora Agir.



 Capa do livro: Elvis e a Revolução do Rock


Elvis Presley, a lenda, o mito...o rei do rock. Fazer uma biografia sobre o homem que mudou a história da música em todo o planeta é uma tarefa árdua. Sebastian Danchin conseguiu não apenas lançar um olhar objetivo sobre a vida de Presley, como também foi capaz de mostrar, com riqueza de detalhes, qual foi a sociedade que o moldou, e como ele, por outro lado, acabou por influenciá-la profundamente. O leitor entenderá o extraordinário destino desse ex-caminhoneiro que conquistou e viveu uma vida repleta de sexo, drogas, mulheres, amor, sucesso e que, por fim, alcançou a eternidade através da música.


Escrever


Estão lá relatos da infância miserável, da revolução causada nos anos 50 (quando  Elvis detonou a explosão mundial do rock'n'roll), da involução dos anos 60 (com filmes e músicas de baixa qualidade) e da agonia existencial dos 70, década que culmina com um Elvis inchado e morto no banheiro porque seu coração não suportou as doses de pílulas diárias e a consciência de que o Rei do Rock havia perdido a coroa ao se transformar numa paródia de si mesmo.




A ascensão de Elvis Presley, em 1956, mudou para sempre a história da música e da cultura popular. Arauto do rock’n’roll, o artista foi peça fundamental para consolidar esse gênero musical e a aura de rebeldia e jovialidade associada a ele. Por ser branco e ter nascido no sul da dos Estados Unidos, Presley também ajudou a disseminar a cultura negra por todo o país facilitando sua aceitação e apreciação por parte da população branca. Devido ao sucesso estrondoso, Presley foi então transformado em símbolo da América triunfante, instrumento de propaganda internacional e de exportação do american way of life.

Após a morte de Elvis Presley, já não se trata de calcular o número de discos vendidos ou de espectadores de seus filmes, mas de entender como “um branco capaz de cantar como um negro” se tornou a referência cultural de sua geração e como modificou toda a nação norte-americana.


segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Charles Bukowski - Pedaços de um caderno manchado de vinho


Charles Bukowski
Tradução de Pedro Gonzaga

"Há uma semana fui parado nas ruas. Arrancado do carro por dois policiais motorizados que disseram que minhas luzes de freio não estavam funcionando. Como eu já tinha tomado umas cervejas, fui submetido a vários testes de equilíbrio. Não fui amparado e nem me fizeram responder perguntas, exceto: de onde eu estava vindo e aonde estava indo?"

Uma das figuras mais controversas da literatura norte-americana do século XX, Charles Bukowski era um artista tão prolífico que muitos de seus escritos permaneceram dispersos ao longo de sua vida. Pedaços de um caderno manchado de vinho é uma vigorosa e abrangente seleção de alguns desses trabalhos, a maioria dos quais ficou restrita à publicação original em jornais independentes, periódicos literários e até revistas pornôs. Entre eles estão o primeiro e o último conto de Bukowski a serem publicados, assim como seu primeiro e seu último ensaio, e a primeira das famosas colunas “Notas de um velho safado”. Além de discorrer sobre seus temas preferidos – álcool, mulheres e a vida de um sujeito comum no submundo de Los Angeles –, ele propõe digressões únicas a respeito de figuras como Antonin Artaud, Ezra Pound e Hemingway, revelando uma mente surpreendentemente lúcida por trás de escritos aparentemente improvisados. Pedaços de um caderno manchado de vinho é leitura essencial para fãs de Bukowski ao mesmo tempo em que constitui uma introdução perfeita a novos leitores desse escritor inovador e nada convencional.


Confira o líder do U2 declamando um texto do velho Buk




TÍTULO: PEDAÇOS DE UM CADERNO MANCHADO DE VINHO
TÍTULO ORIGINAL: PORTIONS FROM A WINE-STAINED NOTEBOOK
IDIOMA: Português
FORMATO: 14 x 21
PÁGINAS: 300
ANO DA OBRA/COPYRIGHT: 2008
ANO DE EDIÇÃO: 2010
EDIÇÃO: 1ª

domingo, 14 de agosto de 2011

Um Dia, Vinte Anos, Duas Pessoas




O livro “Um dia, vinte anos, duas pessoas" de David Nicholls, da Editora Intrinseca,  narra de forma diferente, criativa, divertida e emocionante a história de dois personagens que após passarem a madrugada do dia 15 de julho de 1988 juntos, suas vidas, no dia seguinte, seguem rumos diferentes. Numa tentativa muitas vezes frustrada de repetir a magia que os uniu naquela noite, Dexter Mayhew e Emma Morley  não perdem o contato, tornam-se grandes amigos. É o tipo de amizade que você carrega para a vida toda. Quando Dexter pensa em alguém, aquele alguém com que gostaria de compartilhar algo, ele pensa em Emma. E esse sentimento é recíproco. 

“Foi um dia memorável, pois operou grandes mudanças em mim. Mas isso se dá com qualquer vida. Imagine um dia especial na sua vida e pense como teria sido seu percurso sem ele. Faça uma pausa, você que está lendo, e pense na grande corrente de ferro, de ouro, de espinhos ou flores que jamais o teria prendido não fosse o encadeamento do primeiro elo em um dia memorável".
                                                           Charles Dickens, Grandes Esperanças

É com esta citação do poema de Charles Dickens, que o autor inicia o primeiro capítulo de sua obra. O texto além de lindo, resume perfeitamente a história do livro. A forma irreverente com que David Nicholls descreve  os capítulos desta história é o que torna o livro interessante. Ao longo dos vinte anos seguintes, flashes do relacionamento e da vida de Dex e Em são narrados, um por ano, todos no mesmo dia: 15 de julho. Dexter e Emma enfrentam disputas e brigas, esperanças e oportunidades perdidas, risos e lágrimas. E, conforme o verdadeiro significado desse dia crucial é desvendado, eles precisam acertar contas com a essência do amor e da própria vida. O autor consegue tramar a história de forma precisa, com detalhes impressionantes, que faz com o leitor crie uma intimidade com os personagens.  


Cena do filme: Em é interpretada por Anne Hathaway, e o ator Jim Sturgess dá vida a Dex.


Em seu livro, Nicholls coloca a quantidade certa de humor, drama e romance, fazendo com que seja impossível que qualquer leitor não goste de Um dia e com certeza fazendo do autor um dos melhores da atualidade. O texto é impecável  e impossível de largar, mesmo que tenha capítulos grandes, e não há nenhuma dúvida de que é o livro perfeito para qualquer um que queira se deliciar com uma leitura fantástica.


É interessante ver o que o amadurecimento faz com a vida da dupla.  Muitas vezes, no decorrer do texto nos deparamos com algumas situações divertidas e semelhantes a que vivenciamos ou sentimos na nossa adolescência.  O êxito da obra está ligado diretamente ao fato de que as experiências que Dexter e Emma vivem são comuns a todas as pessoas. Leia aqui o primeiro capítulo do livro.

Lançado no ano passado na Inglaterra, o livro ganhou status de fenômeno mundial. Segundo dados do Estadão, já foram vendidos mais de 1,35 milhão de exemplares da obra, sendo 700 mil apenas no Reino Unido. Nos Estados Unidos, no mês de lançamento, 275 mil cópias deixaram as prateleiras. O sucesso fez o título entrar para a lista de best sellers do New York Times e Sunday Times, além de conquistar editoras interessadas em 37 países, incluindo o Brasil.

Por aqui, o título começa a chamar a atenção. Lançado pela Editora Intrínseca, o livro saiu com uma tiragem de 25 mil exemplares. Vendeu tudo. Na sequência, mais 25 mil exemplares foram impressos e, agora, a editora está imprimindo mais 30 mil exemplares. A boa resposta já faz com que a obra apareça entre os 12 livros mais vendidos do País.
  



O sucesso do livro é tão grande, que a história foi adpatda para o cinema. É o próprio Nicholls quem assina o roteiro de Um dia. Em é interpretada por Anne Hathaway. E o ator Jim Sturgess dá vida a Dex. A direção é de Lone Scherfig, que assinou Educação (2009), longa que foi roteirizado por Hornby, o mesmo que fez vastos elogios para Um dia.


quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Martha Medeiros: Sincera e Reta



Divulgação L&PM



Martha Medeiros escreve para as mulheres. Os leitores em geral dizem isso, e é compreensível que digam. Porque o texto da Martha Medeiros é um texto suave, direto, sincero, livre de intenções subjacentes, um texto que pode ser lido sem sobressaltos ao se trinchar uma fatia de pão com manteiga no café da manhã, ou entre um telefonema e outro na mesa do escritório. Não há perigo de você se indignar, ao ler um texto da Martha Medeiros. Você não vai atirar o jornal na lata de lixo, nem ligar para cancelar a assinatura. Também não vai ter de repisar uma frase para compreendê-la. Os sentimentos e ressentimentos da vida urbana, as vicissitudes comezinhas e pequenas glórias da existência moderna, isso tudo está cintilando nos textos da Martha Medeiros, mas cintilando sem agressividade e com objetividade. Como são as mulheres. 

Pegue o livro que a Martha Medeiros vai lançar sexta-feira na Saraiva do Shopping Moinhos, “Feliz por Nada“, da L&PM. O livro já anuncia suas intenções no título. Desde que foi “descoberta” por Zero Hora, há 18 anos, Martha Medeiros escreve sobre a felicidade corriqueira e suas possibilidades. Pegue agora, aleatoriamente, a abertura de algumas crônicas:“Onde é que você gostaria de estar agora, nesse exato momento?”“Tenho amigas de fé. Muitas.”“Estou lendo ‘O quebra-cabeça da sexualidade’, do professor espanhol José Antônio Marina.”“Eu estava quieta, só ouvindo. Éramos eu e mais duas amigas numa mesa de restaurante e uma delas se queixando, pela trigésima vez, do seu namoro caótico, dizendo que não sabia por que ainda estava com aquele sequelado etcetera, etcetera.”“Quando eu era guria, adorava novela, mas aos poucos fui abandonando o vício e hoje assisto apenas uma ou outra, sem fissura.”“Você gostaria de ter um amor que fosse estável, divertido e fácil.”





“Tem se falado muito na falta de limites das crianças de hoje.” Basta correr os olhos pelas primeiras frases de um texto da Martha Medeiros para perceber que ela está se colocando inteira entre a capitular e o ponto final. Martha Medeiros não se esconde, abre-se para o leitor. Ela é sincera e reta, não há dissimulações entre vírgulas, não há o que ler nas entrelinhas. E é precisamente, justamente, exatamente essa precisa, justa e exata sinceridade que faz da Martha Medeiros um sucesso. As pessoas bebem dessa exposição de sentimentos comuns e se saciam com sua límpida simplicidade. O resultado disso é a bem-aventurança da carreira literária de Martha Medeiros num país de desventuras literárias. Martha Medeiros já teve obras adaptadas para o cinema, para a TV e para o teatro, e é admirada no Brasil inteiro. Apenas um dado, em números precisos, justos e exatos como o texto da Martha Medeiros: Doidas e Santas, outro livro lançado pela L&PM, está na quinta reimpressão de 20 mil exemplares cada. Ou seja: já vendeu 100 mil exemplares. Uma façanha. O que demonstra que os leitores estão errados. Martha Medeiros não escreve para as mulheres. Martha Medeiros escreve para as pessoas.

Esta crônica foi publicada originalmente no Segundo Caderno do Jornal Zero Hora em 20 de julho de 2011. David Coimbra é escritor, jornalista e editor de esportes de ZH.




Nova Biografia de Paul McCartney



A editora Nova Fronteira acaba de lançar no Brasil sua mais nova biografia. E quem nos dá a dica, é Eduardo Lenz de Macedo, autor do livro Alto & Bom Som.

Paul McCartney – Um Vida (tradução de Vania Maria Cury) foi escrito por Peter Ames Carlin, jornalista americano que também prepara para breve uma nova biografia sobre Bruce Springsteen. Diferentemente do famoso Many Years From Now, livro do britânico Barry Miles, que fez uma leitura focada na participação de Paul nos eventos undergrounds da Swinging London dos anos 60, Carlin traça uma biografia mais extensiva do pop star de 68 anos. Da Liverpool dos anos 40 até os dias atuais (o livro foi lançado lá fora em 2009), o autor nos dá uma bela fração da pessoa por trás do mito. E atenção beatlemaníacos: sobram descrições minuciosas sobre as sessões de gravações com a banda que o tornou famoso, assim como a conturbada relação de Paul com o eterno parceiro John Lennon. E a novidade bacana é que cerca de 40% do tomo fala sobre a carreira solo do músico, desde seu trabalho ao lado do Wings, até os últimos trabalhos e realizações do biografado. Enfim, um livro para conhecer um pouco mais sobre a saga interminável de Paul McCartney, seja com o grupo que o consagrou, ou fora dele”.